quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Festival de Curitiba, reforçado e ampliado

por Luciana Romagnolli

Fiel como sempre à sua natureza "democrática", interessada em agradar paladares distintos acima de tudo, o Festival de Curitiba chegou aos 20 anos com 31 espetáculos na Mostra Contemporânea (e prefiro nem saber quantos no Fringe, sem desprezo pela mostra paralela).

Excelente para Curitiba receber tantos visitantes, ainda mais porque os outros 11 meses do ano são de escassez de espetáculos de fora. Só me preocupa que as peças concorram entre si por um público impossibilitado de pagar por muitas (a R$ 50 cada ingresso) e acabem com suas plateias desfalcadas.

Com 19 espetáculos vindos do Rio de Janeiro, será um ano de absoluta predominância carioca. Justa,  em certa medida, ao menos, pelas notícias que chegam de críticos de São Paulo e do Rio sobre a força da produção recente no estado.

Algumas coisas não são novidades, e uma delas é que o festival continua focado em poucos territórios: oito paulistas, um mineiro, nenhum paranaense, um potiguar e um mato-grossense. Para facilitar a conta, 27 peças se originam no eixo RJ-SP. A vaga internacional foi para a Argentina.

A direção manifesta neste ano a intenção de valorizar a produção de companhias estáveis e da dramaturgia brasileira. Percebe-se mesmo a consolidação da presença de grupos que já vinham se habituando a mostrar seus trabalhos em Curitiba e, com isso, formando público cativo na cidade: o Armazém, o Galpão, os Satyros e a Sutil, entre eles. Retornam também montagens de nomes mais que conhecidos por lá, como Hugo Possolo, Claudio Botelho e Charles Mueller, Debora Colker, Denise Stoklos, Monique Gardenberg, Gilberto Gawronski, Moacir Chaves e Gabriel Villela. E alguns novos em ascensão, entre os quais se destacam o dramaturgo Jô Bilac (de quem se viu no ano passado "Rebu" e "Cachorro!") e o diretor Pedro Brício.

O Festival de Curitiba oferece, nesta edição comemorativa, uma versão ampliada e reforçada do que serviu ao público nesses 20 anos.

Veja lista completa da Mostra Contemporânea:

Rio de Janeiro
A História do Homem que Ouve Mozart e da Moça do Lado que Escuta o Homem: direção de 
Luiz Antonio Rocha
Adultério: Cia. Atores de Laura, direção de Daniel Herz;
Antes da Coisa Toda Começar: Cia. Armazém, direção de Paulo de Moraes;
As Próximas Horas Serão Definitivas: direção de Gilberto Gawronski e texto de Daniela Pereira 
de Carvalho;

Comédia Russa: Os Fodidos Pivilegiados, direção de João Fonseca; 
É Com Esse Que Eu Vou: direção de Cláudio Botelho e Charles Möller;
Estilhaços: direção de Eduardo Wotzik; 
Labirinto: Anfandega 88 Cia de Teatro, direção de Moacir Chaves;
Ligações Perigosas: Direção de Mauro Baptista Vedia;
Marina: Cia PeQuod de Teatro de Animação, direção de Miguel Vellinho;
Marlene Dietrich – As Pernas do Século: Direção de William Pereira;
Me Salve, Musical!: Cia. Zeppelin, direção de Pedro Bricio;
O Livro: direção de Christiane Jatahy; 
Pedras nos Bolsos: direção de David Herman;
Savana Glacial: direção de Renato Carrera e texto de Jô Bilac;
Sete Por Dois: direção de Stella Miranda
Sonhos para Vestir: direção de Vera Holtz;
Tathyana: Cia. Deborah Colker;
Um Coração Fraco: direção de Priscilla Rozenbaum;

São Paulo

"..." (Reticências): Cia. dos Pés (São José do Rio Preto);
DNA: com o Grupo Circo Roda, direção de Hugo Possolo; 
Édipo: direção de Elias Andreato;
Inverno da Luz Vermelha: direção de Monique Gardenberg;
O Último Stand Up: Os Satyros, direção de Fabio Mazzoni;
Os 39 Degraus: direção de Alexandre Reinecke;
Preferiria Não?: de Denise Stocklos; 
Trilhas Sonoras de Amor Perdidas: Cia. Sutil, direção de Felipe Hirsch;



Minas Gerais
Tio Vânia: Grupo Galpão, direção de Yara de Novaes;


Mato Grosso
Anjo Negro: Cia. Teatro Mosaico;

Rio Grande do Norte
Sua Incelença, Ricardo III: Clowns de Shakespeare, direção de Gabriel Vilella;


Argentina
Tercer Cuerpo: Direção de Claudio Tolcachir. 

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