segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Afinal, quem vai dirigir o MON?

por Annalice Del Vecchio
Passados mais de 15 dias desde que Paulino Viapiana tomou posse da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná (Seec), persiste a pergunta: quem assumirá as funções de diretor dos principais museus do Estado do Paraná – principalmente, daquele que é um dos maiores do país, o Museu Oscar Niemeyer?
Fiz a pergunta a Viapiana na véspera da publicação de um Caderno G Ideias, da Gazeta do Povo, no dia 8 de janeiro, sobre os principais problemas diagnosticados por artistas e curadores relacionados ao Teatro Guaíra, ao MON e a outros equipamentos culturais administrados pelo governo do Estado. O secretário me disse que, após uma reunião, me telefonaria para informar, em primeira mão, o nome do diretor do MON. Mas até o fechamento da edição, ele não havia chegado a uma conclusão (a demora parece significar entraves burocráticos a serem resolvidos).
A única boa notícia que obtive, até então, é que o museu finalmente passa a ser gerido pela Seec, assim como todos os outros espaços culturais. O fato foi comemorado pelos artistas e críticos que entrevistei, que se sentem mais esperançosos com a nova gestão ("pior do que estava não pode ficar", alguns definiram). A decisão é um indício de que finalmente a verba da Lei Rouanet, que vinha sendo utilizada exclusivamente para manutenção e realização de exposições do MON, finalmente poderá ser dividida entre outros projetos culturais como, por exemplo, para a reforma dos demais museus, como a Casa Andrade Muricy, o Museu de Arte Contemporânea e o Museu Alfredo Andersen, que ficaram a míngua na última gestão. “Trabalhei em duas exposições nos últimos dois anos no MAC e encontramos inúmeros problemas: ‘chove’ dentro de algumas salas, as instalações elétricas estão precárias, os equipamentos de segurança inexistem”, observou o artista, professor e crítico de arte Fabrício Vaz Nunes.
Enquanto não são divulgados os novos diretores do museus, vale conferir o diagnóstico realizado por alguns artistas e críticos sobre a gestão passada do MON para a reportagem do Caderno G Ideias. Para eles, houve pontos fortes como as boas mostras de fora trazidas a Curitiba. Mas, os pontos fracos desequilibraram a balança: a falta de nomes paranaenses nas salas do museus e a falta de transparência na gestão do museu, nas curadorias e na política de aquisição dos acervos.
Espera-se, inclusive, que transparência seja a palavra-chave para a nomeação de um novo mandatário para o MON (que, finalmente, seja um técnico, e não um político), capaz de compreender as necessidades deste museu com potencial para ser um dos melhores espaços de arte do Brasil.

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